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terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Tempo



Há deuses nos olhando...
E dentre todos que nos assistem e insistem,
O tempo é entidade das mais estranhas.
Não se desnuda facilmente;
Não se permite ao óbvio... muito menos se oculta dele.
Como nuvens que esvanecem,
Corre solto por aí, inconsequente em seu percurso vago.
Obstinados e alucinados a ele se agarram...
Enquanto certos outros lhe abrem as portas,
Deixando passar até o que desconhecem.
Mergulhados em sonoridades leves, livres e intensas,
E pe(n)sares profundos ou transitórios,
Aguardam sentenças inexoráveis e incoerentes,
Algumas dotadas do sabor efêmero de deleites incomuns...
O sabor do tempo de cada um.
Sua natureza imprevisível
A uns engana
E a outros simplesmente não se permite.
Não plenamente...
Sabe que seu sofrer e ressentimento não são por vezes
Sequer percebidos na fugacidade que os envolve.
Ele sabe ser carente do que não pode reter,
Do que não se aventura a revelar;
Driblado como se a rede da incredulidade o balançasse
Ou abanasse o pó vazio dos pesares.
Delírios o desafiam, enquanto senilidades o contemplam,
Plácidos e confiantes de que,
Não importa para onde caminhem,
Ele sempre estará lá, na espreita incerta de uma chegada.
O tempo surpreende distraídos e amantes,
E pune Setembro, trancando-o fora do Universo...
Apenas por intervir em vidas e tempos alheios.
Mas nos seus próprios limites
Não finda nunca o que recicla... e renova tudo o que chega ao fim.
Sua linearidade se confunde com muito de tudo que preferiria esquecer ou lembrar,
Pois não há maior dor do que presenciar dores eternas...
E não há plenitude melhor do que sentir os ímpetos de amor.
Os segredos das linhas do tempo...
Apenas se escondem daqueles que não sonham o suficiente...
Mas ainda que em sonhos, que ninguém se engane:
A eternidade esbarra em todos, mas a atemporalidade é para poucos...
Exercê-la demanda atitude, investimento e um quê de insanidade,
Além do tempo maduro dos que se permitem.

Luana Tavares (fevereiro/2013)

2 comentários:

  1. Olá Lua

    Limitados estamos quanto ao tempo. O passado , uma vez cristalizado, só permite mudanças em virtude de olhares que o relê. O futuro, ainda não capturado, se faz presente em uma consciência que o espera.O presente corri esbaforido e nunca se esgota e aprisionado deixa de ser e transmuta-se naquilo que já passou. Perguntaríamos: Existe o Tempo ? E se existe é como exterioridade ou como vivência ? não sei. Entretanto sei que deixa seus rastros desde o momento que olhamos no espelho até o anunciamento de uma dor. O quão implacável é a ação de Cronos ! Mas esperamos um dia , quem sabe, onde o tempo não nos perpassará e a Atemporalidade se abrirá diante de nós.

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  2. Agradeço imensamente o belo comentário!

    Mas será que o tempo nos limita? Ou apenas permite que exerçamos nossa própria transcendência existencial? Cronos é benévolo quando nos direciona, implacavelmente, na direção de novos horizontes... estamos imersos em passado, presente e futuro a partir do que somos. Vamos seguir os caminhos possíveis e, um dia talvez, possamos respirar a atemporalidade do instante capturado.

    Abraços da Lua!

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