Há
deuses nos olhando...
E
dentre todos que nos assistem e insistem,
O
tempo é entidade das mais estranhas.
Não
se desnuda facilmente;
Não
se permite ao óbvio... muito menos se oculta dele.
Como
nuvens que esvanecem,
Corre
solto por aí, inconsequente em seu percurso vago.
Obstinados
e alucinados a ele se agarram...
Enquanto
certos outros lhe abrem as portas,
Deixando
passar até o que desconhecem.
Mergulhados
em sonoridades leves, livres e intensas,
E pe(n)sares
profundos ou transitórios,
Aguardam
sentenças inexoráveis e incoerentes,
Algumas
dotadas do sabor efêmero de deleites incomuns...
O
sabor do tempo de cada um.
Sua
natureza imprevisível
A
uns engana
E
a outros simplesmente não se permite.
Não
plenamente...
Sequer
percebidos na fugacidade que os envolve.
Ele
sabe ser carente do que não pode reter,
Do
que não se aventura a revelar;
Driblado
como se a rede da incredulidade o balançasse
Ou
abanasse o pó vazio dos pesares.
Delírios
o desafiam, enquanto senilidades o contemplam,
Plácidos
e confiantes de que,
Não
importa para onde caminhem,
Ele
sempre estará lá, na espreita incerta de uma chegada.
O
tempo surpreende distraídos e amantes,
E pune
Setembro, trancando-o fora do Universo...
Apenas
por intervir em vidas e tempos alheios.
Mas
nos seus próprios limites
Não
finda nunca o que recicla... e renova tudo o que chega ao fim.
Sua
linearidade se confunde com muito de tudo que preferiria esquecer ou lembrar,
Pois
não há maior dor do que presenciar dores eternas...
E
não há plenitude melhor do que sentir os ímpetos de amor.
Os
segredos das linhas do tempo...
Apenas
se escondem daqueles que não sonham o suficiente...
Mas
ainda que em sonhos, que ninguém se engane:
A
eternidade esbarra em todos, mas a atemporalidade é para poucos...
Exercê-la
demanda atitude, investimento e um quê de insanidade,
Além
do tempo maduro dos que se permitem.
Luana
Tavares (fevereiro/2013)
Olá Lua
ResponderExcluirLimitados estamos quanto ao tempo. O passado , uma vez cristalizado, só permite mudanças em virtude de olhares que o relê. O futuro, ainda não capturado, se faz presente em uma consciência que o espera.O presente corri esbaforido e nunca se esgota e aprisionado deixa de ser e transmuta-se naquilo que já passou. Perguntaríamos: Existe o Tempo ? E se existe é como exterioridade ou como vivência ? não sei. Entretanto sei que deixa seus rastros desde o momento que olhamos no espelho até o anunciamento de uma dor. O quão implacável é a ação de Cronos ! Mas esperamos um dia , quem sabe, onde o tempo não nos perpassará e a Atemporalidade se abrirá diante de nós.
Agradeço imensamente o belo comentário!
ResponderExcluirMas será que o tempo nos limita? Ou apenas permite que exerçamos nossa própria transcendência existencial? Cronos é benévolo quando nos direciona, implacavelmente, na direção de novos horizontes... estamos imersos em passado, presente e futuro a partir do que somos. Vamos seguir os caminhos possíveis e, um dia talvez, possamos respirar a atemporalidade do instante capturado.
Abraços da Lua!