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quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Sob meu próprio sol



Quanto tempo nos entretemos a procurar o sol?

Na verdade, o tempo não importa. Porque encontrar o próprio sol é para muitos uma meta, um fim a ser alcançado, ainda que não necessariamente saboreado. Continua valendo o prazer do percurso, mesmo que muitas vezes extenuante. Alguns ousam desistir, mas aí... haja coragem para fechar as cortinas. Outros apenas permitem uma fresta de luz penetrando, vislumbrando poeiras e aparições.
E o sol... o sol que nos ilumina o espírito é o mesmo sol que aquece nosso íntimo; o mesmo que incendeia o corpo e a alma em momentos fugazes e o mesmo que produz as sombras que nos escapam. Desejar o sol é uma potência que nos credita sentido, que nos redime da ilusão que ronda nosso cotidiano, que nos lembra da necessidade premente de respirar e de seguir adiante.

Há um lugar onde o sol acontece... e na percepção do espaço, do lugar que nos pertence, intuímos o que dá sentido ao espetáculo que se anuncia, permitindo que os ventos continuem se deslocando, se desenhando e se transformando.... indefinidamente, incansavelmente, indelevelmente.

Perdas e dores contam, ressentimentos e saudades também... mas as tentativas constantes de reconstruir, de garimpar aberturas e fertilizar recomeços, se fortalecem sob o sol, seja ele reluzente ou impregnado de nuvens... afinal, é o sol de cada um.

Cada ponto de luz ou de escuridão resulta das curvas que brincam a revelar caminhos e partilhar desejos, que podem ou não se realizar.

E dos amores, perdidos e achados, deixemos aos mesmos ventos que os façam acontecer... pois, se não os procurarmos, eles se revelarão. E caso se findem ou não desabrochem, é porque não nos pertenciam... devem procurar seu destino e seu próprio sol.

E o sol permanece, como um farol, um desejo que talvez aconteça. Mas apenas talvez... pois tal como o girassol que se inclina e se escancara ao céu, nossos sentidos também se abrem e descortinam anseios que prometem... mas nem sempre se cumprem.


Luana Tavares





6 comentários:

  1. O astrônomo Carl Sagan falava uma coisa muito bacana sobre o Sol. Somos filhos dele e não percebemos. Ocorre que todo material diferente de hidrogênio é criado no interior das estrelas, seja por queima ou em explosões. Logo, nossa estrutura de carbono vem das estrelas e, sendo a estrela mais perto, vem do Sol em grande parte. Isso sem contar que TODA energia começa nele: das plantas, das águas, do giro da Terra, do vento e das correntezas. O Sol é nosso princípio e sempre será nossa guia. Lindo texto. Inacio

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  2. Muito bom o texto. Próprio para momentos que queremos relaxar e ler algo fora de nossa correria diária.

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  3. Meu bem, como autêntica leonina, linda apologia ao Sol. Amei o texto. Extremo bom gosto, o blog é a sua cara. Adorei!
    Bjos, Die

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  4. Nos fez refletir; se refletimos é que temos luz, nem sempre tão brilhante como a do sol, mas singular como da Lua.
    Parabéns pelo texto.

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    1. Que legal o que disse, Jurandir!
      Brilhante como o Sol... singular como a Lua!
      Beijos e obrigada!
      Lua

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  5. Texto extremamente bonito, profundo, fez-me lembrar no que pensei ontem: faz tempo que sol não aparece. E lendo essa poesia, porque assim que senti, fez-me perceber que não estava procurando somente o Sol brilhante no céu, mas o meu sol interior. Amo o sol e amo a lua!!!! Muito obrigada Luana por palavras tão especialmente conduzidas!!!

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